Quem me conhece de verdade sabe que eu cultivo uma estranha predileção pelo cinema iraniano. É bem verdade que meus gostos cinematográficos contemplam outros países que você sequer imaginou que podiam existir bom filmes como a Polônia, a Dinamarca, o México e outros. Mas prometo que em próximas postagens falarei um pouco mais sobre essa diversidade da sétima arte.
Mas a essa altura você já deve estar se perguntando o que pode vir de bom de um país que é cenário de guerras, tragédias naturais, regimes políticos autoritários de um senhor chamado Mahmud Armadnejad, além de misteriosas pretensões em torno da produção nuclear. Mas eu peço que esqueça tudo isso. Primeiro eu devo contar como me deixei contaminar pelos filmes do Irã.
O ano era de 1999 e eu, ainda pessimamente influenciado por Hollywood, estava de frente à televisão assistindo religiosamente a cerimônia do Oscar. Era um ano especial para o Brasil, pois Central do Brasil (Walter Sales) estava concorrendo ao prêmio de melhor filme estrangeiro e Fernanda Montenegro ao de melhor atriz. Ao serem anunciados os concorrentes de melhor filme eis que surge um título que, confesso, me deixou extremamente curioso. Seu nome: Filhos do Paraíso; seu diretor: Majidi Majid; sua origem: Irã. Vale destacar que nesse ano ainda tínhamos o belíssimo A Vida é Bela e posso afirmar sem hesitar que Filhos do Paraíso é melhor que todos os concorrentes, inclusive Central do Brasil.
Em Friburgo eu gozava da sorte de ter uma locadora (Video Mix) que dispunha de uma variedade de grandes clássicos e filmes de quase todos os países. Consegui alugar Filhos do Paraíso e então me vi diante de um cinema diferente e humano. Foi impossível não se emocionar durante a exibição. Daí em diante não parei mais e saí à caça de todos os filmes iranianos disponíveis no Brasil. Alguns eu consegui em Friburgo e outros eu aluguei numa locadora no campus da faculdade onde eu fazia o curso de cinema.
O cinema iraniano é ao mesmo tempo simples e complexo ao tratar das relações humanas, usando para isso situações do cotidiano, poucos recursos, locações e atores não-profissionais. Nos últimos anos o Irã tem marcado presença em praticamente todos os festivais pelo mundo afora. A consagração mesmo veio em 1997 quando seu mais célebre diretor, Abbas Kiarostami, viu seu filme Gosto de Cereja levar a Palma de Ouro em Cannes. Vale lembrar que esse mesmo diretor esteve presente no ano passado nesse mesmo festival com um filme de produção francesa chamado Cópia Fiel. A atriz Juliette Binoche, protagonista, levou o prêmio de melhor atriz. Além de Kiarostami os mais conhecidos são: Jafar Panahi, Mohsen Makhmalbaf e Majidi Majid.
Segue abaixo uma lista dos filmes iranianos disponíveis no Brasil. É difícil de encontrar, eu não nego, mas a busca vale a pena. Portanto não é naquela locadora da esquina do seu bairro que você vai poder perguntar sobre um filme iraniano.
Dê um descanso a Hollywood e prepare-se para entrar em um mundo de lágrimas, emoção e cinema de verdade. Ah, uma dica importante: se puder siga a ordem da lista.
1) FILHOS DO PARAÍSO (Majidi Majid, 1997). Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
2) O BALÃO BRANCO (Jafar Panahi, 1995). Prêmio do júri na 19 Mostra Internacional de São Paulo.
3) ONDE FICA A CASA DO MEU AMIGO? (Abbas Kiarostami, 1987). Leopardo de Ouro no Festival de Locarno.
4) VIDA E NADA MAIS (E A VIDA CONTINUA) (Abbas Kiarostami, 1992)
5) ATRAVÉS DAS OLIVEIRAS (Abbas Kiarostami, 1984).
6) CLOSE-UP (Abbas Kiarostami, 1990). O curioso é que esse filme só chegou aos cinemas brasileiros em 2001.
7) GABBEH (Mohsen Makhmalbaf, 1996).
8) GOSTO DE CEREJA (Abbas Kiarostami, 1997). Palma de Ouro no Festival de Cannes.
9) UM INSTANTE DE INOCÊNCIA (Mohsen Makhmalbaf, 1996).
10) O JARRO (Ebrahim Forouzesh, 1992). Leopardo de Ouro no Festival de Locarno e Prêmio do júri na 18 Mostra Internacional de São Paulo.
11) O SILÊNCIO (Mohsen Makhmalbaf, 1998).
Mas a essa altura você já deve estar se perguntando o que pode vir de bom de um país que é cenário de guerras, tragédias naturais, regimes políticos autoritários de um senhor chamado Mahmud Armadnejad, além de misteriosas pretensões em torno da produção nuclear. Mas eu peço que esqueça tudo isso. Primeiro eu devo contar como me deixei contaminar pelos filmes do Irã.
O ano era de 1999 e eu, ainda pessimamente influenciado por Hollywood, estava de frente à televisão assistindo religiosamente a cerimônia do Oscar. Era um ano especial para o Brasil, pois Central do Brasil (Walter Sales) estava concorrendo ao prêmio de melhor filme estrangeiro e Fernanda Montenegro ao de melhor atriz. Ao serem anunciados os concorrentes de melhor filme eis que surge um título que, confesso, me deixou extremamente curioso. Seu nome: Filhos do Paraíso; seu diretor: Majidi Majid; sua origem: Irã. Vale destacar que nesse ano ainda tínhamos o belíssimo A Vida é Bela e posso afirmar sem hesitar que Filhos do Paraíso é melhor que todos os concorrentes, inclusive Central do Brasil.
Em Friburgo eu gozava da sorte de ter uma locadora (Video Mix) que dispunha de uma variedade de grandes clássicos e filmes de quase todos os países. Consegui alugar Filhos do Paraíso e então me vi diante de um cinema diferente e humano. Foi impossível não se emocionar durante a exibição. Daí em diante não parei mais e saí à caça de todos os filmes iranianos disponíveis no Brasil. Alguns eu consegui em Friburgo e outros eu aluguei numa locadora no campus da faculdade onde eu fazia o curso de cinema.
O cinema iraniano é ao mesmo tempo simples e complexo ao tratar das relações humanas, usando para isso situações do cotidiano, poucos recursos, locações e atores não-profissionais. Nos últimos anos o Irã tem marcado presença em praticamente todos os festivais pelo mundo afora. A consagração mesmo veio em 1997 quando seu mais célebre diretor, Abbas Kiarostami, viu seu filme Gosto de Cereja levar a Palma de Ouro em Cannes. Vale lembrar que esse mesmo diretor esteve presente no ano passado nesse mesmo festival com um filme de produção francesa chamado Cópia Fiel. A atriz Juliette Binoche, protagonista, levou o prêmio de melhor atriz. Além de Kiarostami os mais conhecidos são: Jafar Panahi, Mohsen Makhmalbaf e Majidi Majid.
Segue abaixo uma lista dos filmes iranianos disponíveis no Brasil. É difícil de encontrar, eu não nego, mas a busca vale a pena. Portanto não é naquela locadora da esquina do seu bairro que você vai poder perguntar sobre um filme iraniano.
Dê um descanso a Hollywood e prepare-se para entrar em um mundo de lágrimas, emoção e cinema de verdade. Ah, uma dica importante: se puder siga a ordem da lista.
1) FILHOS DO PARAÍSO (Majidi Majid, 1997). Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
2) O BALÃO BRANCO (Jafar Panahi, 1995). Prêmio do júri na 19 Mostra Internacional de São Paulo.
3) ONDE FICA A CASA DO MEU AMIGO? (Abbas Kiarostami, 1987). Leopardo de Ouro no Festival de Locarno.
4) VIDA E NADA MAIS (E A VIDA CONTINUA) (Abbas Kiarostami, 1992)
5) ATRAVÉS DAS OLIVEIRAS (Abbas Kiarostami, 1984).
6) CLOSE-UP (Abbas Kiarostami, 1990). O curioso é que esse filme só chegou aos cinemas brasileiros em 2001.
7) GABBEH (Mohsen Makhmalbaf, 1996).
8) GOSTO DE CEREJA (Abbas Kiarostami, 1997). Palma de Ouro no Festival de Cannes.
9) UM INSTANTE DE INOCÊNCIA (Mohsen Makhmalbaf, 1996).
10) O JARRO (Ebrahim Forouzesh, 1992). Leopardo de Ouro no Festival de Locarno e Prêmio do júri na 18 Mostra Internacional de São Paulo.
11) O SILÊNCIO (Mohsen Makhmalbaf, 1998).
Procurando Elly (Asghar Farhadi) Urso de prata 2009
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