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SINOPSE DO LIVRO

Ana Petterson é uma jovem de apenas vinte anos lutando para sobreviver em meio ao caos instalado depois que assassinou seu próprio pai o qual abusava sexualmente dela. Sua luta maior será esquecer o passado para absorver as exigências do presente. Sua vida muda completamente quando seu caminho cruza-se com o da prostituta Ilma Esquiavo.

Marta França, uma mulher de quarenta e poucos anos enfrenta uma dura depressão depois de ter abandonado as crenças religiosas para se casar com João Francisco. Ela se vê dividida entre a família, a religião e a difícil tarefa de perdoar seu marido depois que ele a trai.

Faustino Denegri, um escritor famoso, comete um crime aos doze anos. Por vingança ele mata o irmão recém-nascido afogado numa banheira. Aos sessenta anos ele tem visões e ouve vozes do fantasma do bebê. Atormentado por essas alucinações ainda terá de enfrentar um câncer no cérebro e a tristeza de ir morrendo a cada dia.

No meio de tudo isso está Catharina França, uma mulher que sonha em ser atriz e verá sua vida ser atingida por Ana Petterson, Marta França e Faustino Denegri. Uma trama contundente marcada por encontros e desencontros, onde todos os personagens têm suas vidas entrelaçadas de alguma forma. Uma história de assassinatos e segredos, genialidade e loucura.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

DEPOIMENTO 1

S. P. F. (homem, 28 anos) – Muitas pessoas me perguntam quando eu virei “gay”. E eu sempre respondo que nunca “virei”, pois na verdade desde criança eu já me sentia diferente dos outros garotos. Aos seis anos de idade eu tinha uma certa noção de minha diferença. Já apreciava com um interesse os outros meninos e preferia a brincadeira ao lado das meninas.

Não posso dizer com clareza o que causou essa mudança. Meu pai era um viciado em cachaça. Participou muito pouco da minha infância. Minha mãe, como quase todas as mulheres da minha família, se mostrava mais forte, dominadora e líder de todos nós. Eu me lembro que eu dizia que quando crescesse eu queria ser igual a ela.

Aos oito anos tive minha primeira relação sexual. Fiz sexo oral com meu primo que na época tinha 15 anos. Me confundo as vezes no que diz respeito a esse episódio, pois não sei se posso dizer que foi um abuso ou não. Meu primo nunca me machucou e eu gostava do contato com o corpo dele. O engraçado é o pacto de silêncio que tínhamos. Ninguém contava a ninguém. Nos nossos encontros às escondidas, o que aconteceu várias vezes, tínhamos contato físico além do sexo oral.

Hoje ele é casado com uma mulher, tem uma filha e poucas vezes nos vemos. E quando isso acontece não tocamos mais no assunto. É como se fingíssemos que não aconteceu. Sou um homossexual assumido, solteiro no momento e ainda não totalmente resolvido. È impossível aceitar essa condição sem sofrimento. Às vezes ainda me pego chorando por medo da solidão e da rejeição. Minha família nunca me ouviu dizer que sou homossexual, apesar de não ter dúvidas que todos eles sabem, principalmente minha mãe.

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