PARA COMPRAR "RETORNO AO PÓ", BASTA CLICAR NA CAPA DO LIVRO AO FINAL DESTE BLOG.

SINOPSE DO LIVRO

Ana Petterson é uma jovem de apenas vinte anos lutando para sobreviver em meio ao caos instalado depois que assassinou seu próprio pai o qual abusava sexualmente dela. Sua luta maior será esquecer o passado para absorver as exigências do presente. Sua vida muda completamente quando seu caminho cruza-se com o da prostituta Ilma Esquiavo.

Marta França, uma mulher de quarenta e poucos anos enfrenta uma dura depressão depois de ter abandonado as crenças religiosas para se casar com João Francisco. Ela se vê dividida entre a família, a religião e a difícil tarefa de perdoar seu marido depois que ele a trai.

Faustino Denegri, um escritor famoso, comete um crime aos doze anos. Por vingança ele mata o irmão recém-nascido afogado numa banheira. Aos sessenta anos ele tem visões e ouve vozes do fantasma do bebê. Atormentado por essas alucinações ainda terá de enfrentar um câncer no cérebro e a tristeza de ir morrendo a cada dia.

No meio de tudo isso está Catharina França, uma mulher que sonha em ser atriz e verá sua vida ser atingida por Ana Petterson, Marta França e Faustino Denegri. Uma trama contundente marcada por encontros e desencontros, onde todos os personagens têm suas vidas entrelaçadas de alguma forma. Uma história de assassinatos e segredos, genialidade e loucura.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Retorno ao Pó - Terceira Edição!

RETORNO AO PÓ encontra-se agora em sua terceira edição. Dessa vez busquei como alternativa de publicação o Clube de Autores, um site dedicado a autores independentes. Para adquirir o livro basta clicar sobre a capa do livro ao final deste blog! Agora você também pode adquirir a versão e-book. Boa leitura a todos!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

HOMOSSEXUALIDADE: O QUE PENSO A RESPEITO.

A homossexualidade não é uma doença psíquica como há muito tempo se pensou a respeito. Antes classificada como um transtorno de personalidade, a homossexualidade foi retirada do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV), não sendo, portanto, considerada algo a ser curado.

Eu não poderia apontar uma causa única para a homossexualidade. É um erro acreditar que seja genético ou ligado a uma função fisiológica. Já houve vários tipos de investigações, mas até hoje não se chegou a uma conclusão convincente, somente especulações. No entanto, posso dizer que existam várias causas de ordem psíquica, social e familiar que, atuando em conjunto e em várias etapas da vida pregressa de uma pessoa desencadeariam uma formação homossexual.

Também não penso na homossexualidade como uma opção consciente. Ninguém escolheria seguir pelo caminho mais difícil. As pessoas não se tornam homossexuais da noite para o dia. Decidem apenas mais cedo ou mais tarde assumirem sua realidade.

A sociedade e as igrejas ainda não se encontram preparadas para lidar com a questão, apesar de todos os avanços em direção a luta contra o preconceito. Acho lamentável que, num país laico como o Brasil, o cristianismo exerça grande influência nas decisões de ordem política a respeito dos direitos homossexuais e da lei que torna crime atos de homofobia. O Brasil é o país onde se registra o maior número de assassinatos de homossexuais e travestis e é preciso fazer algo.

Como disse logo no início, não existe cura para a homossexualidade. Mesmo assim as igrejas tendem a pregar o contrário. Acredito sim, numa mudança de conduta sexual: homens e mulheres homossexuais que, devido a uma crença religiosa, se submetem a um casamento heterossexual com o objetivo de se enquadrarem dentro das leis e diretrizes que regem uma determinada religião. Conheci muitos que assim o fizeram, mas me confessaram que o desejo por outras pessoas do mesmo sexo ainda persisti.

No primeiro texto, eu disse que o que determina o que somos está para além de traços biológicos e hormônios. Somos o resultado de uma construção que só pode ser avaliada levando-se em consideração toda a história de vida de uma pessoa.

DEPOIMENTO 2

E. O. M. (homem, 35 anos) – Se tivesse o direito de escolha, jamais teria optado por ser homossexual. Além do preconceito, temos que aprender a ser diferente, a sentir diferente. Uma das coisas que sempre me machucou muito foi nunca poder dizer abertamente o que sinto. Até para as pessoas que sabem da minha situação eu fico meio constrangido de falar sobre meus sentimentos. Essa é a primeira lição que aprendi: esconder o que sinto. Já sofri incontáveis vezes ao me ver apaixonado por um amigo. Está aí uma das coisas que não desejo a ninguém e confesso que é a pior dor do mundo. Para um homossexual, se apaixonar por um heterossexual é a pior das catástrofes. Principalmente quando o que está em jogo é a amizade. A maioria dos homens por quem me apaixonei jamais veio a saber e sofri calado, em silêncio e no anonimato. Participei dos principais momentos de suas vidas: fui a festas de aniversário, conheci a família e até as namoradas. Teve um em especial que eu fui até seu padrinho de casamento. Assim os vi partindo sempre. (Pausa para se recuperar... Lágrimas).

Há um gasto de energia muito grande por parte dos homossexuais. Com os heterossexuais isso não acontece, porque eles sempre agem naturalmente. Com a gente, é muito diferente. No trabalho, na família, ao ser apresentado para outras pessoas, estamos sempre preocupados no que vão pensar de nós, se estamos deixando muito a mostra nossa homossexualidade. Lembro-me que na escola eu era todo tenso. Tinha a impressão de estar sempre sendo vigiado. Era uma vítima frequente dos outros garotos. Me chamavam de ‘bicha, mariquinha, veado”. As vezes quando fecho os olhos e m lembro da minha infância ainda sou capaz de ouvir essas zombarias. Ainda hoje, apesar de ter aceitado com menos dificuldade essa minha condição, me vejo sempre procurando disfarçar e controlar minha voz, meu andar e meus gestos. Sinto como se nunca tivesse a vontade, como se nunca pudesse ser eu mesmo. Ainda tenho medo da reação das pessoas.

Hoje, tenho um bom trabalho, moro sozinho e já me relacionei esporadicamente com outros homens. Meu sonho: encontrar alguém com quem possa dividir meus planos e objetivos, formar uma família. Alguém que possa fazer ir pra bem longe o fantasma da solidão.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A SEXUALIDADE HUMANA

Quero aproveitar o espaço do meu blog para destrinchar de maneira compacta temas abaixo. Os textos serão postados na seguinte ordem:



- PSICOSSEXUALIDADE



- HOMOSSEXUALIDADE: O QUE PENSO A RESPEITO.



- DISTÚRBIOS DO COMPORTAMENTO SEXUAL (PARAFILIAS)



- RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE



- LOUCURA À LUZ DA PSICOLOGIA



Abaixo de cada texto será postado também um trecho das várias entrevistas que fiz com homossexuais e utilizei para a construção do protagonista do meu livro. Foi ocultado o nome e quaisquer informações que pudessem ser utilizadas para identificação do entrevistado.

PSICOSSEXUALIDADE

Falar sobre sexualidade não é nada simples devido a sua peculiar complexidade. O Compêndio de Psiquiatria nos alerta de que sexualidade e personalidade estão tão entrelaçados que seria praticamente impossível falar sobre a sexualidade como uma entidade separada. Por isso, em razão do desenvolvimento e do funcionamento da personalidade serem afetados pela sexualidade é usado o termo PSICOSSEXUALIDADE.

Em primeiro lugar é preciso abrir um parêntese: a ciência entende o ser humano adulto como sendo o produto final de uma equação cujo resultado é denominado FENÓTIPO. O fenótipo é a soma de duas partes: GENÓTIPO + AMBIENTE. Em resumo o genótipo constitui-se em toda a carga genética com a qual nascemos – a biologia e fisiologia do corpo humano. O ambiente corresponde ao meio familiar e social no qual vivemos; a maneira como aprendemos a interagir com o mundo e no que isso nos influencia.

Agora podemos prosseguir. A sexualidade depende de quatro fatores psicossexuais interrelacionados que afetam diretamente o crescimento, o desenvolvimento e o funcionamento da personalidade: IDENTIDADE SEXUAL, IDENTIDADE DE GÊNERO, ORIENTAÇÃO SEXUAL E COMPORTAMENTO SEXUAL.

1) IDENTIDADE SEXUAL – A identidade sexual está relacionada ao padrão de características sexuais biológicas:

a) Morfologia genital exterior – pênis e vagina;

b) Padrão da cromatina sexual – XX (mulher) e XY (homem);

c) Presença das gônadas – ovários e testículos. São também chamados de órgãos sexuais internos.

d) Níveis plasmáticos de hormônios sexuais – hoje sabe-se que tanto homens quanto mulheres produzem testosterona, estrogênio e progesterona. A diferença é que nos homens o nível de testosterona é muito maior enquanto que na mulher o estrogênio e a progesterona são maiores. Esses hormônios são importantes porque determinam as características sexuais secundárias como, por exemplo, a barba nos homens e a aumento dos seios nas mulheres.

e) estruturas acessórias do aparelho reprodutor. Na mulher: tubas uterinas e útero. No homem: canais deferentes e próstata.

Resumindo, estamos falando a respeito de um sexo biológico, endócrino e somático.

2) IDENTIDADE DE GÊNERO – A identidade de gênero está relacionado ao social. Normalmente, os homens tendem a ser masculinos e as mulheres, femininas. Mas bem sabemos que nem sempre é assim. A estrutura biológica descrita acima não é suficiente para determinar o gênero (masculino e feminino). Ao falarmos de gênero usamos a expressão sexo social.

3) ORIENTAÇÃO SEXUAL – Diz respeito ao objeto do impulso sexual de uma pessoa: heterossexual (sexo oposto); homossexual (mesmo sexo) e bissexual (ambos os sexos).

4) COMPORTAMENTO SEXUAL – Está relacionado a uma resposta fisiológica, onde a excitação ocorre devido a um fator físico ou psíquico.

Ao falarmos de orientação e comportamento sexual, estamos nos referindo a um sexo psíquico.