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SINOPSE DO LIVRO

Ana Petterson é uma jovem de apenas vinte anos lutando para sobreviver em meio ao caos instalado depois que assassinou seu próprio pai o qual abusava sexualmente dela. Sua luta maior será esquecer o passado para absorver as exigências do presente. Sua vida muda completamente quando seu caminho cruza-se com o da prostituta Ilma Esquiavo.

Marta França, uma mulher de quarenta e poucos anos enfrenta uma dura depressão depois de ter abandonado as crenças religiosas para se casar com João Francisco. Ela se vê dividida entre a família, a religião e a difícil tarefa de perdoar seu marido depois que ele a trai.

Faustino Denegri, um escritor famoso, comete um crime aos doze anos. Por vingança ele mata o irmão recém-nascido afogado numa banheira. Aos sessenta anos ele tem visões e ouve vozes do fantasma do bebê. Atormentado por essas alucinações ainda terá de enfrentar um câncer no cérebro e a tristeza de ir morrendo a cada dia.

No meio de tudo isso está Catharina França, uma mulher que sonha em ser atriz e verá sua vida ser atingida por Ana Petterson, Marta França e Faustino Denegri. Uma trama contundente marcada por encontros e desencontros, onde todos os personagens têm suas vidas entrelaçadas de alguma forma. Uma história de assassinatos e segredos, genialidade e loucura.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Duas tragédias em apenas uma semana

Assim como grande parte do Brasil e do mundo, eu não poderia ficar imune a duas grandes tragédias que aconteceram em apenas uma semana. A primeira com o avião da Air France que caiu nas águas do Atlântico, matando mais de 200 pessoas. A segunda, apenas cinco dias depois, onde um incêndio numa creche no México matou 38 crianças.
O que dizer de acontecimentos tão trágicos? Qual o grande mistério envolvido em duas catástrofes de proporções inimagináveis na vida de famílias desoladas e sem algo concreto que possa servir de consolo? Talvez essas sejam as grandes perguntas que pairam sobre nossas cabeças e que, creio eu, não exista resposta.
Alguns dias atrás estive no funeral da mãe de um amigo e horas depois fui tomado por um sentimento de menos valia e decepção. Tudo isso por que, ao ter lançado recentemente um livro onde o assunto principal era a morte e o morrer, eu me achava na obrigação de ter dito ao meu amigo palavras claras, precisas e que talvez o ajudasse a enfrentar um processo tão doloroso. Só depois de muita reflexão, percebi que existem momentos onde o discurso bem feito é perfeitamente dispensável e nossa presença como fator consolidador de solidariedade é capaz de dar conta e abarcar qualquer palavra que pudesse ser dita. Penso eu que a linguagem é fruto da articulação de vários processos atinentes à razão/cognição, como o pensamento, a memória e a própria fala. Como o assunto é a morte e o consequente abandono da vida, isso só é afeto ao campo das emoções e da subjetividade. Como sabiamente disse o filósofo Kant, “a Razão não pode dar conta de assuntos os quais ela não sofreu a experiência”. Quanto à morte, resta-nos o mistério, as perguntas, as dúvidas. O porque de crianças morrerem sem ter a plena consciência ou ao menos poderem definir o que é a vida? O porque de pessoas terem seus projetos desfeitos sem aviso prévio e serem sucumbidas pelo assombro da morte?
No caso de pacientes diagnosticados com uma doença terminal, sobra-lhes um importante e valioso benefício: o tempo necessário para organizar a partida sem deixar questões pendentes. Sei perfeitamente que isso não serve como consolo para o paciente nem tão pouco para familiares. Mas deixo essas questões para que todos possam pensar e tirar suas conclusões. Na tragédia com o avião, aquelas pessoas tiveram suas vidas interrompidas sem ter tempo algum para qualquer resolução que tornasse o morrer menos doloroso.
Faço deste blog uma ferramenta de solidariedade para com parentes e amigos das vítimas das duas tragédias.